Não podermos falar do dia das mães, sem antes falarmos do Arquétipo do Sagrado Feminino.
Não podemos deixar de refletir no fato extraordinário, de todas as coisas vivas e não vivas, visíveis e não visíveis, terem em comum, serem todas filhas da mesma Mãe…
Todos somos filhos da Natureza e nascemos com um propósito, que nos é impossível de perceber, mas provavelmente - no pouco que entendemos desta lógica de vida - tudo faz parte de um plano global muito bem delineado.
À Mãe Natureza, Mãe de todas as Mães, eu presto hoje a minha singela homenagem, rogando-lhe que não se encolerize com a persistente insensatez dos seres humanos, e que, no seu infinito amor e sabedoria, nunca se esqueça que também eles saíram um dia do seu ventre, não passando apenas de filhos irresponsáveis e rebeldes, brincando com o fogo, nas suas loucas primaveras da vida!...
Fatima dos Anjos
A GRANDE MÃE
A Grande Mãe representa a totalidade da criação e a unidade da vida, pois ela existe e reside em todos os seres e em todo o Universo. Seus múltiplos aspectos e manifestações recriam o eterno ciclo de nascimento, crescimento, florescimento, decadência, morte e renascimento, na perpétua dança espiral das energias da vida.
A Deusa Mãe foi a suprema divindade do planeta durante trinta milênios, reverenciada pelo seu poder de gerar, criar, nutrir e sustentar todos os seres. Os seus atributos de fertilidade, abundância e nutrição são vistos nas estatuetas com características zoomórficas ou antropomórficas, como deusas pássaros ou senhora dos animais ou simplesmente mulheres grávidas, dando à luz ou amamentando.
Reverenciada e conhecida sob inúmeras manifestações e nomes, de acordo com a cultura e a época, a Deusa era a própria Mãe Terra, a energia da vida do planeta. Por ser imanente e permanente em toda a natureza, a Grande Mãe era venerada nas fontes, nos rios, lagos e mares, nas grutas, florestas e montanhas, nos fenômenos da natureza, na riqueza e beleza da Terra. Os templos que lhe foram dedicados reproduziam formas femininas ou concentravam e direcionavam as energias cósmicas e telúricas por meio dos círculos de pedras ou nas câmaras subterrâneas.
Tentativa de destruir o culto à Deusa
O período pacífico das civilizações neolíticas centradas nos cultos da deusa entrou em declínio cinco mil anos atrás com advento da idade de bronze e de ferro.
A derrota definitiva do culto da deusa ocorreu com a instauração do monoteísmo judaico-cristão, que proclamou um só criador-Pai, e considerou a mulher a origem do pecado e de todos os males. O cristianismo suprimiu todos os símbolos do poder divino da Deusa considerando-os maléficos ou pecaminosos. Mesmo assim a iconografia e os atributos da Deusa foram absorvidos e adaptados no culto de Maria. Suas inúmeras igrejas foram erguidas nos locais sagrados das deusas greco-romanas, egípcias e celtas, seus atributos e estátuas sendo adaptações cristianizadas dos antigos nomes e imagens de Cibele, Innana, Deméter e Isis.
Depois da extinção definitiva dos cultos da Deusa nos países cristianizados, fragmentos das
antigas tradições, celebrações, conhecimentos e rituais, sobreviveram disfarçados nas crenças populares, nas tradições nativas e nos contos de fadas.
A volta do culto à Deusa
Atualmente observa-se no mundo todo o ressurgimento dos valores e da busca do Sagrado
Feminino, simbolizando a necessidade de uma cura profunda da psique individual e coletiva, levando a uma expansão da consciência para assegurar a renovação planetária no próximo milênio. A volta da Deusa não significa o retorno às antigas religiões; o que ela prenuncia é uma nova forma de validação dos valores femininos, uma nova cosmologia centrada na Terra, uma nova ética enraizada na conscientização e reconhecimento das tradições e mitos do passado, mas para nos reconectar com a energia amorosa e compassiva da Grande Mãe precisamos passar por mudanças profundas na nossa maneira de pensar e agir, abrindo mão do jogo de poder, competição, retaliação, vitimização e opressão (características do patriarcado) e desenvolver a tolerância, a solidariedade, a compreensão e apoio mútuo, ultrapassando as diferenças e as cisões dualistas, em busca da pacificação interna e externa, em um empenho global para honrar e preservar Gaia, a nossa Grande Mãe.
O anuário
FONTE:
O anuário da Grande Mãe
Livro de Mirella Faur
Mirella Faur
A Divina Mãe e o Eterno Feminino
"Todas essas mãezinhas que tivemos através dos inumeráveis nascimentos, pode parecer que estão definitivamente perdidas no tempo, mas, em verdade, todas elas são a viva expressão da Grande Mãe Cósmica. Nos olhos de nossa Devi Kundalini Shakti, nossa Mãe Cósmica particular e individual, vemos o brilho de todos os olhos das inumeráveis mãezinhas que no passado tivemos." V.M. Samael Aun Weor
Antes de tudo, faz-se necessário falar um pouco sobre o Eterno Feminino e dissertar a respeito do Cristo Nosso Senhor. Espero que todos prestem o máximo de atenção.
Certamente, Deus Mãe é o fundamento desta grande Criação. Precisamos nos identificar cada vez mais e mais com o Eterno Feminino. Devemos ver em cada mulher a representação viva desse Eterno Feminino. Obviamente, a mulher nasce com uma santa predestinação, que é a de ser mãe.
Certamente, Deus Mãe é o fundamento desta grande Criação. Precisamos nos identificar cada vez mais e mais com o Eterno Feminino. Devemos ver em cada mulher a representação viva desse Eterno Feminino. Obviamente, a mulher nasce com uma santa predestinação, que é a de ser mãe.
Até uma menina é uma representação do Eterno feminino; qualquer moça é uma mãe em potencial.
Se nos lembrarmos daquela mulher que nos embalou no berço e que nos alimentou com seus pesados peitos quando éramos crianças, veremos nela um poema vivo, muito íntimo, natural e profundo, de uma simplicidade extraordinária e de uma grandeza que sempre passa despercebida para todos esses humanóides que têm a Consciência adormecida.
Quero que todos façam consciência do que é esse verso vivo, do que é essa melodia inefável do princípio feminino eterno. A Grande Mãe é demasiado compassiva quando nos brinda com esse verso, sem que o mereçamos, depois de termos sido perversos, depois de que nos arrastamos pelo lodo da terra de existência em existência.
Morremos e depois retornamos, para sermos embalados em um berço sem o merecermos, para sermos amados por alguém que só vê em nós uma esperança, para sermos conduzidos por essa que é todo amor. Parece paradoxal e não teria explicação se não existisse o onimisericordioso e eterno Pai Cósmico Comum, Aelohim, como diziam os antigos.
Se retrocedermos um pouquinho mais no curso dos anos, conseguiremos, mediante o despertar, nos lembrar da mãezinha que tivemos em nossa passada existência. Nos veremos outra vez em um berço, aos nossos ouvidos chegam os arrulhos daquela que tem a esperança posta em nós, nos veremos dando os primeiros passos, levados por seus braços... Se continuarmos com o exercício retrospectivo, retornaremos não só à existência passada, mas à anterior, e novamente nos encontraremos com um desses poemas, com uma infância nos embalos de um berço. Assim, continuando de forma retrospectiva, para trás, de século em século, de idade em idade, poderemos sempre sentir os mesmos embalos e os mesmos arrulhos do Eterno Feminino, sempre nos amando, levando-nos em seus braços, alimentando-nos com seus seios e mimando-nos.
Todas essas mãezinhas que tivemos através dos inumeráveis nascimentos, pode parecer que estão definitivamente perdidas no tempo, mas, em verdade, todas elas são a viva expressão da Grande Mãe Cósmica. Nos olhos de nossa Devi Kundalini Shakti, nossa Mãe Cósmica particular e individual, vemos o brilho de todos os olhos das inumeráveis mãezinhas que no passado tivemos.
Nela, nossa Divina Mãe Kundalini, nela, nossa Ísis particular, estão representadas todas as nossas mãezinhas que nos amaram através dos incontáveis séculos. Por isso, devemos amar de verdade nossa Mãe Cósmica, vívida representação do Eterno Feminino.
Todas as mãezinhas que velaram por nós através do curso da história, todas as que nos embalaram, todas as que nos alimentaram, no fundo são uma só e única: "Ela", Ísis, a quem nenhum mortal levantou o véu, Neith, a bendita Deusa Mãe do Mundo.
Se pensamos nesse Eterno Feminino, Deus Mãe, veremos que nossa Devi Kundalini particular é um raio dessa bendita Deusa Mãe do Mundo. Assim, o Eterno Feminino que velou por nós através de tantos séculos, que nos embalou em tantos berços, é Ela, a nossa Divina Mãe. Nela estão personificadas todas as mãezinhas do mundo, todas as que tivemos através das diversas idades...
Felizmente, não as perdemos, ficaram em nossa Divina Mãe.
Se as pessoas tivessem a consciência desperta, saberiam valorizar melhor esse ser que é a mãe, mas as pessoas têm a consciência adormecida, e por isso são incapazes de valorizar realmente essa criatura que é a mãe.
É preciso que nos tornemos cada vez mais conscientes do que é o Eterno Feminino. Não merecemos o que nos foi dado; depois de termos sido uns velhacos, uns perversos, nos encontramos em um berço e com uma doce mãezinha que nos embala em seus braços. Parece paradoxal, e volto a dizer, se não fosse pela misericórdia d'Aquele que não tem nome, isso seria inexplicável.
Infelizmente, quando crescemos, o Ego se manifesta. Nos primeiros anos, é a Essência que se manifesta na criatura, por isso a criança é tão bela. À medida que vamos crescendo, a personalidade se desenvolve e o Ego vai se expressando lentamente até que um dia definitivamente entra em ação. Então, nos tornamos diferentes. Os belos pensamentos, aqueles que tínhamos na infância, são esquecidos e perdidos. Aquele encanto dos nossos primeiros passos fica relegado ao esquecimento, as nobres intenções que tínhamos quando éramos crianças são pisoteadas e delas não ficam nem lembranças.
Ao redor da Essência, o Ego se fortifica. A personalidade se reforça, adquire certos modos, preconceitos, etc. Obviamente, a Essência fica arquivada, lá no fundo mais profundo da psique, relegada ao mais completo esquecimento. Por fim, a personalidade, com todos os seus preconceitos, e o Ego, manifestam-se através da mente, substituindo a Essência.
Onde estão aquelas nobres intenções, aquelas intenções que tínhamos quando éramos pequenos?
Não queremos dar-nos conta de que já fomos crianças, nos esquecemos disso. Jesus, o Grande Cabir, disse: "Até que não sejais como crianças, não podereis entrar no Reino dos Céus".
Existe uma coisa que nos impede de ser crianças, é este Ego que temos, feixe de recordações, paixões, temores, ódios, rancores, luxúria, etc. Se queremos a verdadeira felicidade, não nos resta outro remédio que recordar aquelas belas intenções que tínhamos quando éramos pequenos, antes que o Ego tivesse a oportunidade de se manifestar, antes que a personalidade se tivesse formado, quando ainda dávamos os primeiros passos... Foi quando nos propusemos belas resoluções, certas resoluções que mais tarde esquecemos. Foram esquecidas quando a personalidade se formou definitivamente. Foram esquecidas quando o Ego entrou em ação. Então, nos tornamos outros e sentimos satisfação em termos nos tornado outros. Lançamos ao esquecimento a simplicidade da inocência e, ofuscados e enganados, ofuscados e alucinados, crescemos.
Esta condição que temos de adultos complicados e difíceis é superior à inocência que um dia tivemos?
Faz-se necessário, meus caros irmãos, compreendermos a necessidade de voltarmos ao ponto de partida original, de reconquistar a infância, na mente e no coração. Para tanto, só há um caminho: apelar a nossa Divina Mãe Kundalini, saber amar realmente a nossa Divina Mãe Kundalini, compreendê-la.
De que forma poderíamos nos aproximar de nossa Divina Mãe?
Antes de tudo, queridos irmãos, aprendendo a amar a nossa mãe terrena, como ponto de partida, já que ela é a viva manifestação do Eterno Feminino, aprendendo a amar todas as mãezinhas do mundo. E quanto a nós, os homens, aprendendo a ver em cada mulher uma mãe, a ver nelas a viva representação do Eterno Feminino, porque se vemos uma mulher e a primeira coisa que chega à nossa mente é a luxúria, pensamentos doentios, estamos insultando o Eterno Feminino, estamos pisoteando em nossa Divina Mãe, estamos envergonhando aquela que é todo amor. Há um ditado espanhol que diz: obras são amores e não boas razões.
De que serve que amemos nossa mãe se não o demonstramos com fatos? De que serve dizermos que amamos o Eterno Feminino, a tal ou qual criatura, se a primeira coisa que chega à nossa mente são pensamentos mórbidos e de luxúria? Onde está o amor ao Eterno Feminino, à Divina Mãe? Insultando-a dessa forma, pisoteando-a?
Reflitamos, meus caros irmãos, reflitamos... Façamo-nos dignos, se é que queremos, realmente e de verdade, caminhar com Devi Kundalini Shakti. Então nossos corações, inflamados pelo amor, se aproximarão dela e Ela de nós.
Ninguém conseguiria eliminar os elementos inumanos que possui sem a ajuda dela. Assim como ela nos limpou quando éramos crianças e nos banhou, assim como ela nos alimentou, assim também a Divina Mãe elimina todas essas sujeiras que carregamos, todos esses espectros abomináveis que em conjunto constituem o Ego, o mim mesmo, o si mesmo.
Vocês acham que esta época atual é mais bela que a da sua infância? Estão equivocados, porque até que não reconquistem a infância perdida na mente e no coração, não poderão de modo algum conseguir a liberação final.
Uma das provas pelas quais todo o principiante passa neste caminho é a do Fogo. Quando sai vitorioso desta prova, obviamente entra no Salão dos Meninos. Assim se chama um templo muito especial onde se é recebido, sob a condição de haver triunfado. Então, os Adeptos da Fraternidade Branca, os Mestres do Colégio de Iniciados da Branca Irmandade, todos com a aparência de crianças, nos dão as boas vindas. E quando os saudamos, "que a Paz seja convosco", ou "Paz Inverencial", a resposta é: "E com vosso Espírito também!"
Por que eles têm que nos dar as boas vindas na forma de crianças, quando saímos vitoriosos da prova do Fogo? Obviamente, porque só com o Fogo podemos reconquistar a inocência. Por isso, é indispensável trabalhar com o Fogo Sagrado, com essa Flama Santa do amor, sabendo amar.
Ao falar do fogo, não é demais lembrar o Cristo Jesus em sua cruz. Ao pé dela está a Mãe; Ela não poderia faltar, impossível. E sobre a cruz, o INRI: "Ignis Natura renovatur Integran", "o Fogo renova incessantemente a Natureza". Necessitamos encontrar o Grande Cabir dentro de nós.
Quando alguém lê as Epístolas do apostólo Paulo, pode verificar com surpresa que rara vez ele menciona o Grande Cabir Jesus, o Cristo histórico, mas sempre alude ao Cristo Íntimo.
Obviamente, o nome Jesus vem da palavra hebraica Jeshua, que significa Salvador. É o Salvador que devemos buscar dentro de nós mesmos. Ele sempre vai nos braços de sua Mãe, é o menino Hórus (entre os egípcios) nos braços de Ísis.
É urgente saber, irmãos, que esse Jeshua vem nos braços de nossa Mãe Kundalini particular, que o Crestos Cósmico de modo algum poderia se expressar através de nós, se não se convertesse em Jesus.
Na verdade, existe o Logos; o Pai, o Filho e o Espírito Santo formam um todo único, que entre os egípcios se chama Osíris. Ele se desdobra em Ísis, a Mãe Divina, a Esposa. Ela e Ele se amam e, como resultado de seu amor, Ela concebe "por obra e graça do Espírito Santo", isto é, por obra e graça de seu esposo. Em seu ventre imaculado e virginal desce o Crestos, o Segundo Logos entra em seu ventre e se converte, como é dito na "Divina Comédia", no "Filho de sua Filha, o filho da Divina Mãe Kundalini. Ela o leva em seus braços, por isso é que Ísis sempre leva Horus em seus braços e Maria, Jesus.
A Divina Mãe particular também leva nosso Jesus íntimo em seus braços. Quando (havendo amado muito a nossa Mãe) nos tornamos dignos, somos então merecedores de nos converter em Casa d'Ele, do Senhor.
É dito que Ele nasce num estábulo, à meia-noite, onde estão os animais, os animais do desejo. Esse estábulo é o nosso próprio corpo. Ali nasce nosso Jeshua, e depois tem de crescer e se desenvolver. O nosso Salvador íntimo, individual, deve sofrer em si mesmo todas as tentações e vencê-las. Ele deve vencer as potências das trevas em si mesmo, Ele deve vencer os tenebrosos em si mesmos. Ele deve viver como um homem entre os homens, ter carne e osso (nossa carne, isso é claro), deve ser um homem entre os seres que povoam a face da Terra e vencer em sua passagem.
Por isso é o nosso Salvador.
Nosso processo psicológico se converte em seu processo, Ele tem de ordenar e transformar nossa psique, os desejos e as preocupações, etc., Ele deve desintegrar.
Por algum motivo foi chamado de "Santo Firme", porque não pde ser vencido, e no fim sempre triunfa e se cobre de glória. Por isso, o Fogo Sagrado, personificado em Jeshua (em nosso Jeshua, não no Jeshua histórico), é digno de todo louvor e glória, senhorio e majestade.
Ele ama sua Mãe e sua Mãe O ama. Somente por meio de sua Mãe se consegue que Ele nasça em nosso estábulo interior para converter-se em nosso Salvador. Se não amamos a Mãe de Jeshua interior, tampouco amamos o Filho. Como poderia o Filho vir a nós se não amamos sua Mãe?
Aquele que quiser amá-la tem que demonstrar com fatos, amando àquela que nos deu a vida e vendo ela (a que nos deu vida) em cada mulher.
Assim, irmãos, faz-se necessário compreender este grande mistério do Cristo e da Mãe Divina.
Faz-se necessário tornar-nos simples, tolerantes e modestos, porque só assim, meus caros irmãos, seguiremos pelo caminho verdadeiro.
Quero que vocês reflitam nisto que estamos falando esta noite. Quero que regressem ao ponto de partida original, que regressem ao primeiro amor, que reconquistem a infância perdida na mente, no coração e no sexo, para que entrem pelo caminho da salvação, da Cristificação.
Quem quiser realmente ser salvo deve saber amar. Como se poderia realmente amar a mulher, se quando a olhamos vêm a nossa mente pensamentos eróticos de luxúria? Isso é ofendê-la, insultá-la.
Poderia se objetar dizendo que existe uma infinidade de mulheres, prostitutas, etc., mas somos, por acaso, juizes para julgarmos o Eterno Feminino? Com que direito o fazemos? Quem nos converteu em juizes do Eterno Feminino? Ou será que nos julgamos santos? Que recobramos a inocência?
Não devemos julgar. As próprias mulheres devem ver em cada mulher uma mãe. As próprias mulheres devem amar sua mãe e adorar sua Divina Mãe Kundalini, se quiserem se fazer merecedoras de receber um dia o Santo Firme.
Por aí existe uma oração santa que diz: "Fonte de divinos regozijos, revoltas e sofrimentos. Dirigi vossas ações para nós, Santo Afirmar, Santo Negar e Santo Conciliar, transubstanciados em mim, para meu Ser; Santo Deus, Santo Firme, Santo Imortal, tende misericórdia de nós".
É um cântico precioso às Três Grandes Forças Primárias do Universo. Essas três forças constituem, por si próprias, ao Pai, Osíris, que, ao desdobrar-se, converte-se em Neith, em Isis, e da união d'Ele com Ela resulta nosso Jeshua particular, nosso Jesus Cristo Íntimo, próprio e muito próprio em nós, aquele que deve entrar em nós (em nosso corpo) para salvar-nos.
O especial desta oração é aquilo de: Santo Deus, Santo Firme, Santo Imortal, porque o Velho dos Séculos da Cabala é o Santo Deus, o Santo Firme é Jeshua, nosso Jeshua íntimo e particular, porque se incorporando em nós toma posse de todos os nossos processos psicológicos para vencê-los em si mesmo, toma posse de nossas paixões para transmutá-las em si mesmo, suportando em carne e osso todas as tentações que nos chegam para vencê-las em si mesmo. Isso ninguém pode fazer senão o Santo Firme.
É interessante também aquela parte de: Santo Afirmar, Santo Negar, Santo Conciliar. Por que? A primeira força é a do Eterno Afirmar: o Pai. A segunda a da Eterna Negação, a do Filho. E a terceira é a da Eterna Conciliação, do Espírito Santo. O Pai afirma. o Filho nega, o Espírito Santo concilia.
O que nega o Filho? Por que se diz que o Filho nega? O Filho nega porque não quer tudo o que nós queremos: paixões, defeitos psicológicos, etc. E por que se diz que a Terceira Força é o Santo Conciliar? Porque com essa Terceira Força nos reconciliamos. Com quem? Com a Divindade.
Estou me referindo de forma enfática à força sexual, a força com a qual nosso corpo foi formado, a força com que ele se desenvolveu no ventre de nossa mãe, a força que nos trouxe à existência.
Porque se diz: Transubstanciados em mim, para meu Ser, para nosso Ser? Porque as Três Forças Primárias do universo, a do Pai muito amado, a do Filho muito adorado e a do Espírito Santo muito sábio, passam pela transubstanciação em nós para nosso Ser. Compreendem o que isto significa, meus caros irmãos? Transubstanciar, isto é, fazer com que uma substância se converta em outra.
Agora compreendem porque as três Forças Primárias passam pela transubstanciação em nós e para nós? Isso é grandioso! É óbvio que precisamos cristalizar em nós as Três Forças Primárias.
Assim, meus queridos irmãos, reflitam e se esforcem por eliminar o Eu Psicológico. Regressem ao primeiro amor, tratem de reconquistar a inocência em seus corações, lutem por isso, aprendam a amar o Eterno Feminino. Assim, um dia, poderão ter a sorte de encarnar em si mesmos ao Jesus particular e individual.
Não quero subestimar o Grande Cabir Jesus, que na Terra Santa ensinou esta doutrina. Se por alguma razão ele é grande, foi porque ensinou a doutrina do Eterno Salvador, nosso Salvador interior, profundo, nosso Jeshua.
Autor: V.M. Samael Aun Weor
Nenhum comentário:
Postar um comentário